quinta-feira, 24 de março de 2011

Registrando a escrita

Antes de computadores serem criados, com suas tecnologias para digitação e registro de escritas, o papel era a escolha tradicional para este trabalho. Mas até o papel chegar, muitos outros meios eram utilizados, sendo alguns deles pedras, conchas, cascas, folhas de árvores e assim segue uma lista de inúmeros objetos. Mas talvez os que mereçam mais destaque como maneira de gravar a escrita sejam o papiro, o pergaminho e o papel (já comentado anteriormente).
Cronologicamente, o papiro foi o primeiro a surgir, sendo utilizado na Alta Antiguidade pelos egípcios. Ele era fabricado a partir de uma planta de mesmo nome, que após diversas modificações, virava uma folha. Para escrever, era utilizado um talo vegetal de ponta afiada e a tinta era um pigmento dissolvido em gomas vegetais. Os mercadores levavam o papiro para fora do Egito, e ele passou a abastecer regiões da Ásia e da Europa. 
Já o pergaminho, diferentemente do pariro, era fabricado com pele de carneiro, curtida e polida para receber a escrita. Há uma certa lenda sobre a criação do pergaminho, que resumidamente pode ser contada como alternativa do Rei de Pérgamo, no século II a.C., de expandir a biblioteca da cidade depois que os faraós do Egito cortaram o fornecimento de papiro. Sua única escolha foi começar a escrever em pele de animal, e com o passar do tempo, o reino aprimorou a preparação e a fabricação e deu à pele de animal transformada o nome de pergaminho - qualquer semelhança com o nome Pérgamo não é mera coincidência.
Mas na verdade, em 401 a.C., foi encontrado na Pérsia documentos escritos em pele de animal. Mesmo assim, apenas em Pérgamo que o processo de fabricação do pergaminho foi aprimorado. A Europa passou a usar também o pergaminho, que foi seu único material de escrita depois do século VIII, quando o bloquio árabe do Mediterrânio fez o comércio de papiro desaparecer.
Já o papel foi inventado pelos chineses, e eles também têm uma certa "lenda" por trás dessa maravilhosa criação, que não é tão acreditada, pois ela se passa no século 105 d.C., e houve uma descoberta de um pedaço de papel fabricado no século II a.C. Há uma certa ligação do papel com o tecido também, pois ambos contém basicamente os mesmos componentes para criação, como cânhamo, juta, algodão, etc. A diferença fundamental entre eles é que o tecido é obtido através de um processo físico e o papel, através de um processo químico.Partindo da China, difundiu-se pelo extremo Oriente, chegando posteriormente à Coréia, ao Japão, Vietnã, e demorou mais um tempo para chegar à Índia. Seu modo de fabricação demorou para ser descoberto pelo resto. Cerca de um milênio e meio depois de sair da China, o papel chega à Europa, mas não se sabe exatamente em que região chegou primeiro. O papel não foi muito bem recebido na Europa, fato que explica a demora para ser passado de um país para o outro. Diversos argumentos contra o papel, tal como sua fragilidade, que o deixava considerado indigno de confiança. O papel realmente é mais frágil que o pergaminho, mas todo o preconceito tem também origem religiosa. Ele havia chegado ao continente através dos árabes e judeus, que eram os maiores inimigos da Europa cristã.A fabricação desses meios para registro de escrita colaboraram drasticamente para a quantidade de informação que temos hoje em dia, pois eles marcam fatos históricos e ajudam a conhecer civilizações que caminharam sobre a Terra.

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